Patinetes elétricos: uma revolução que veio para ficar?

A tecnologia invadiu diversas áreas da vida na cidade. Hoje é possível pedir comida, chamar um táxi e até conhecer parceiros românticos com o smartphone. A área dos transportes públicos alternativos, compartilhados e ecológicos, não ficou para trás: pouco a pouco, a moda dos patinetes elétricos tem alcançado um público cada vez mais vasto e fiel no Brasil.

As origens da febre

A marca Bird foi uma das primeiras a existir. Fundada em 2017, ela hoje está presente em mais de 40 cidades da América do Norte, 14 da Europa e 3 do Oriente Médio. Já a Lime, criada mais ou menos no mesmo período que sua rival, é outra que não para de crescer: seus patinetes invadiram quase a metade dos estados americanos e diversos países como Colômbia, Austrália, Grécia, Uruguai e Singapura.

No Brasil, o serviço ficou por conta da Yellow – nascida em junho de 2017 –, que já era conhecida dos usuários de bicicletas compartilhadas, e da Grin, que teve origem no México em abril de 2018. De qualquer forma, não há dúvida de que esse meio de transporte tem sucesso de uma parte da população, que gosta de novidades e da liberdade proposta.

Razões para a popularidade

O princípio dos patinetes elétricos de locação é simples. É preciso, antes de mais nada, ter um smartphone conectado à internet. Em seguida, o usuário acessa o aplicativo do serviço que pretende usar para encontrar um veículo. Logo depois, através da leitura de um código de barras QR com a câmera do celular, ele desbloqueará o "cadeado inteligente" e poderá se locomover dependendo dos créditos que tiver pago.

Após o fim do percurso, o usuário só precisa trancar novamente o patinete e estacioná-lo num lugar onde ele não incomode os transeuntes ou o trânsito. De acordo com a assessoria de imprensa da marca Yellow, contactada pelo CCM, cerca de 70 pessoas são responsáveis pela monitorização diária dos patinetes distribuídos pela cidade.

Poder ao consumidor

Os patinetes elétricos se aproveitaram de uma brecha de mercado aberta por serviços semelhantes como o Uber ou iFood: a ideia é dar ao usuário um poder de escolha e um controle quase absoluto. O "consumidor" decide onde, quando e como quer ser atendido. Além disso, os patinetes propõem uma alternativa aos transportes urbanos saturados, além de serem mais ecológicos, atraindo um público jovem e consciente.

Entretanto, nem tudo são flores. Como nos países onde já se tornaram parte da paisagem urbana, os patinetes elétricos começaram a ser alvo de críticas e reclamações. Uma das razões é a alta velocidade com a qual alguns usuários conduzem o veículo, às vezes nas calçadas reservadas aos pedestres. Outro motivo de intriga é o "estacionamento" ao ar livre que, em muitos casos, é feito de forma brusca, desorganizada e nociva ao convívio social e ao espaço urbano compartilhado.

Patinetes elétricos e regulamentação

No Brasil, as empresas Yellow e Grin, pioneiras do setor no país, se uniram para formar a Grow. Para Jonathan Lewy, cofundador da Grin, a fusão é uma oportunidade para "transformar não apenas o transporte, mas também melhorar os serviços de infraestrutura e impulsionar a atividade econômica na região". Por ser uma atividade econômica recente, muito ainda deve ser acertado entre governo e entidades privadas sobre as legislações que podem ser propostas.

Em Paris, onde os patinetes elétricos chegaram há algum tempo, a prefeitura impôs medidas locais para tentar controlar os serviços que não param de crescer (só na capital francesa existem nove marcas diferentes). A primeira delas é multar os usuários que circularem nos passeios públicos, que podem pagar 135 euros se forem pegos. Além disso, áreas específicas de estacionamentos devem ser criadas - cerca de 2500 - e as empresas tiveram que desenvolver uma cartilha do "bom uso" para os clientes. Por fim, a prefeitura parisiense também quer limitar o número de veículos disponíveis, que hoje chegam à barra dos 15000 e que podem alcançar a faixa de 40000 até o fim do ano.
Foto: © Dmitrii Shironosov - 123RF.com

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