Os drones surgiram há pouco tempo, mas chegaram causando uma forte impressão no mundo da tecnologia. Essas mini aeronaves conquistaram um público internacional em diversas áreas. Quais são os principais usos dessa invenção, tanto domésticos quanto profissionais, os riscos e os cuidados que o usuários devem tomar?
De acordo com Emerson Granemann, fundador da revista MundoGEO e idealizador da DroneShow, maior feira do objeto nas Américas, drones são veículos aéreos não tripulados e controlados por um piloto exterior. “Eles também podem ser automáticos e pré-programados para decolar, fazer uma missão e voltar a um ponto definido, de forma independente”, afirma o especialista, lembrando que, mesmo nesse caso, o drone continua sendo acompanhado e uma intervenção humana é possível. Por fim, existem as máquinas autônomas onde o piloto não tem capacidade de interferir no objetivo dado ao drone.
Os drones são dotados de múltiplas tecnologias de ponta que possibilitam executar as missões. Eles também vêm com sensores óticos, digitais, multiespectrais ou hiperespectrais, o que melhora a captação de imagens e pode custar mais caro que a própria máquina. As aeronaves são equipadas com softwares de pós-processamento, para tratar as fotografias e vídeos feitos, tornando possível o uso desses dados pelos usuários.
Os drones também invadiram as redes sociais, sobretudo o Instagram, com fotos e vídeos feitos nas alturas incríveis, produzindo imagens de alta qualidade e que anteriormente só poderiam ser tiradas de um avião ou helicóptero. Por conta disso, o uso de drones para fins recreativos tem aumentado. No entanto, eles seguem bem mais utilizados com objetivos profissionais. “Segundo uma pesquisa recente, apenas 7% dos drones são usados para entretenimento, enquanto 40% para área da infraestrutura e 38% para o agronegócio. O uso para fotografias pessoais movimenta pouco o mercado”, lembra Emerson Granemann.
Como os drones são considerados aeronaves, existem diversas normas e regulamentações a serem respeitadas antes de sair voando por aí. O Brasil está na vanguarda ao propor regras flexíveis, na contramão de outros países com leis tão rígidas que travaram o desenvolvimento do setor, segundo Emerson. “Alguns outros não ligaram para a regulamentação, os drones proliferaram e agora eles estão começando a restringir de forma bruta”, afirma.
Em primeiro lugar, para obter um drone no Brasil é preciso registrá-lo na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) por ser um dispositivo que emite frequências, como os celulares. Em seguida, se tiver mais de 250 gramas, é necessário inscrevê-lo na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), “como qualquer outro avião”, lembra Emerson. “Para uso profissional, o registro é mais complicado, com seguro obrigatório. Além disso, é preciso comunicar o controle nacional do espaço aéreo a cada operação” pois um dos riscos envolvendo drones é a proliferação desenfreada que poderia atrapalhar o tráfego aéreo, provocando acidentes graves.
Entre os usos profissionais dos drones, estão a inspeção de obras, barragens, pontes, viadutos ou estradas - atividades que, antes, pediam muita mão-de-obra humana. Alguns inspetores chegavam a ficar pendurados ou dentro de helicópteros para fazer uma avaliação. “As vantagens são imensas pela facilidade, baixo custo e rapidez das informações coletadas”, aponta Emerson. Já no agronegócio, onde os drones são bastante requisitados no Brasil, eles são utilizados para identificar doenças em animais, erosões e falhas nas plantações, minimizando esses problemas.
Quanto ao custo, Emerson afirma que um drone para fins de recreação custa entre R$ 400 e R$ 600, nos modelos menores. Enquanto isso, o profissional, mais robusto, pode variar de R$ 10 mil a R$ 200 mil, aproximadamente. “Existem fabricantes brasileiros, com produtos modernos, e os importados, mas com altos impostos”, lembra.
Foto: © david henrichs - Unsplash