Técnica muito conhecida no mundo dos games, o overclocking é como um “empurrãozinho” que os usuários dão nos computadores ou smartphones para que estes atinjam sua capacidade máxima.
De acordo com Cinthya Ermoso, gerente de produtos da Positivo Tecnologia, empresa representante da Vaio no Brasil, overclocking nada mais é do que uma maneira de fazer com que o processador fique mais rápido do que foi originalmente fabricado. "Isso sem mudar sua estrutura física. Ele funciona como uma espécie de 'turbo'", explica a especialista entrevistada pelo CCM.
Para entender melhor esse conceito, é preciso levar em conta que o processador tem uma frequência básica de operação, que é definida durante sua fase de "projeto". Esse limite imposto pelo fabricante pode ser aumentado para melhorar seu desempenho - isso é o que chamamos de "overclocking": a quebra dessa "barreira" para aumentar a potência da máquina. "É mais ou menos como aumentar o giro máximo do motor de um carro, de 6000 rpm para 8000 rpm, com o intuito de melhorar a performance", explica Cinthya Ermoso, lembrando, no entanto, que se todas as peças não estiverem preparadas para essa transformação pode haver consequências negativas.
Em geral, um usuário faz uso do overclocking para aumentar o desempenho do processador de um computador, de uma placa gráfica ou de um celular. Esse prática é bastante conhecida entre os gamers, que buscam uma melhor performance para seus jogos. Outro uso frequente do overclocking é na área de design, para melhor renderizar uma imagem ou vídeo em alta resolução. Mesmo em 2019, com máquinas super-desenvolvidas, o overclocking continua em alta - há mesmo fabricantes que encorajam a prática em processadores já desbloqueados para o aumento da potência (os da série K da Intel, por exemplo).
Ao fazer uso do overclocking, como já foi apontado acima, o usuário precisa se certificar de que sua máquina vai suportar esse aumento de potência. Caso contrário, alguns problemas podem surgir, como um sobreaquecimento do processador e de circuitos adjacentes na placa-mãe. Isso além de travamentos, instabilidade do sistema, desligamento involuntário, diminuição da vida útil ou, em casos extremos, perda total da máquina. "Para evitar o sobreaquecimento, são usados coolers para os processadores 'overclockados', alguns inclusive com circuito de refrigeração à água, radiadores de calor e até nitrogênio líquido", afirma a especialista.
Na contramão do overclocking, o underclocking busca uma queda na frequência de operação do processador. "Esse recurso é usado quando constatamos um problema de instabilidade no sistema", reitera Cinthya Ermoso. Além dos casos de superaquecimento devido a uma solução térmica inadequada, o underclocking pode ser acionado para diminuir o consumo elétrico do equipamento, maximizando a duração da bateria, ou até mesmo para reduzir a memória, tornando-a compatível com hardwares mais antigos. O underclocking pode ser automático, no caso de processadores destinados a um menor consumo de energia e a atividades sem grande demanda.
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