A chegada de novas vacinas contra a Covid-19 é uma esperança a todos os brasileiros, já que boa parte da população ainda não foi vacinada. Surgem, de tempos em tempos, novos imunizantes, que exigem pessoas para testarem sua eficácia e possíveis efeitos colaterais. Veja, a seguir, como participar dos testes clínicos de vacina como voluntário e quais são os riscos envolvidos nisso.
É importante dizer que, antes de qualquer vacina ser testada em humanos, existe uma etapa pré-clínica, que inclui testes em animais. A partir desses resultados, são enviados documentos à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para dar início aos testes clínicos com humanos, que incluem as fases 1, 2 e 3.
Um ponto importante antes mesmo da aprovação da Anvisa é a seleção de voluntários para os testes da vacina. Fiocruz, Butantan e outras entidades selecionam pessoas analisando formulários. Em geral, testes clínicos para vacinas incluem cerca de 500 voluntários. No caso da vacina da Covid, há uma grande concentração de candidatos, que passam por uma triagem rigorosa.
É importante que os candidatos para testar a vacina da Covid-19 sigam algumas premissas. São elas:
Preenchidos esses requisitos, quem se candidatar como voluntário para os testes com vacinas deverá, caso seja aprovado na primeira fase, preencher um formulário extenso, com informações sobre transplantes, tratamentos oncológicos, entre outros.
É importante saber que os candidatos, se aprovados, podem recebem a vacina de verdade ou um placebo e, depois, serão acompanhados por até dois anos, com exames constantes para acompanhar como o corpo reage ao imunizante.
Os voluntários são acompanhados 24 horas por dia e têm consultas periódicas para acompanhar a ação da vacina. Por isso, é importante estar disposto a seguir esse longo período de testes.
São três as fases de testes com vacina:
A primeira avalia principalmente o efeito da vacina no organismo. Na fase dois, é avaliada a segurança daquele componente e as reações trazidas para o corpo e, na fase três, chega-se à eficácia da vacina e quanto ela vai prevenir contra a doença.
O processo é seguro, visto que é acompanhado de perto por cientistas e pesquisadores. Qualquer reação adversa ou inesperada é descoberta imediatamente.
No momento, estão em andamento os testes da vacina da Covaxx, bem como a fase 3 de testes da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson&Johnson. Ao todo, são 28 centros de pesquisa no Brasil responsáveis por conduzir os testes em 11 estados. O cadastro pode ser feito no site da CP Quali.
A Janssen informa que 7 mil voluntários devem participar desta etapa no País, nos estados de São Paulo, Bahia, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Há, ainda, os testes com a ButanVac, vacina desenvolvida por pesquisadores do Instituto Butantan. O link para cadastro é este.
Atualmente, o Brasil possui três vacinas já sendo aplicadas e que passaram por todas as etapas de testes. A primeira foi a Coronavac, produzida localmente pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Há, ainda, a vacina da Oxford, desenvolvida em parceria com a AstraZeneca e produzida localmente pela Fiocruz. Recentemente, a vacina da Pfizer também foi aprovada em território brasileiro e também já está sendo aplicada.
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