O que algum tempo atrás parecia coisa de filme de ficção científica pode virar realidade em um futuro não tão distante. Com o avanço cada vez maior da realidade virtual, inteligência articial e outras tecnologias, muitas empresas já se movimentam para o desenvolvimento do metaverso, um espaço virtual onde será possível interagir com outras pessoas, empresas e atividades de forma totalmente inversiva. Nesse artigo, saiba o que é o metaverso e como as gigantes da tecnologia pretendem criá-lo.
O metaverso ainda é uma ideia totalmente em aberto e, portanto, defini-la de maneira precisa é quase impossível, uma vez que seu desenvolvimento pode levá-la a percorrer caminhos e ocupar espaços que hoje ninguém pode imaginar. Contudo, uma boa definição do que pode ser o metaverso foi cunhada pelo Facebook, em comunicado recente sobre suas ações para a criação dessa tecnologia.
Diz o texto, originalmente em inglês: "o metaverso é um conjunto de espaços virtuais que poderão ser criados e explorados junto a outras pessoas que não estão no mesmo espaço físico que você". Assim, podemos imaginar o metaverso como um ambiente virtual que combina funcionalidades de conexão da internet com tecnologias avançadas para oferecer uma experiência digital inteiramente imersiva.
Para Vivalo Breternitz, da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o metaverso será muito diferente do que conhecemos hoje por realidade virtual. "Hoje, hardware desajeitado e software limitado oferecem experiências isoladas. Já o metaverso seria um enorme ciberespaço comunitário, movido a realidade aumentada e virtual, permitindo que nossos avatares saltem facilmente de uma atividade para a outra", diz ele.
Entre as gigantes de tecnologia, Facebook e Microsoft parecem estar na liderança desse processo. A empresa de Mark Zuckerberg, envolvida em diversos escândalos nos últimos tempos, anunciou em setembro sua intenção de "construir o metaverso com responsabilidade", com o auxílio de universidades e ONGs. Já a Microsoft tem investido pesado na compra de startups de realidade virtual e outras tecnologias.
Além delas, empresas de grande porte do mundo dos games, como Sony e Epic Games, também parecem bastante interessadas no metaverso. Atualmente, uma das principais funções de óculos VR é para jogar e essas companhias apostam que o metaverso permitirá experiências ainda mais completas para os gamers, um grupo que possui alta aceitação de novas tecnologias.
Como dissemos acima, o metaverso ainda é um projeto embrionário e não há como dizer exatamente como ele vai funcionar. O que se supõe é que a "vida" no metaverso terá forte relação com o universo de blockchain e criptomoedas. Em primeiro lugar, porque será necessário pagar por uma série de serviços no metaverso e as moedas virtuais facilitarão as transações entre as pessoas. Além disso, o blockchain trará segurança aos dados dos usuários e permitirá uma movimentação simplificada pelos diversos ambientes virtuais.
Além disso, NFTs tendem a ganhar ainda mais importância no metaverso, já que a aquisição de bens virtuais terá maior peso, sendo até mesmo possível - quem sabe! - portar os bens comprados no espaço virtual. Isso tudo, no entanto, são simples previsões. Outras tecnologias serão desenvolvidas ao longo dos próximos anos - voltados especificamente para o metaverso ou não - e incorporados a essa nova realidade.
Não há uma data para o funcionamento do metaverso em toda a sua capacidade, mas sem dúvida um projeto desse tamanho ainda levará alguns anos até sair do papel e permitir a interação de qualquer usuário que queira viver essa experiência. Além disso, sequer sabemos se o metaverso de fato vai sair do papel e será tudo que se espera dele.
"Essa é mais uma daquelas situações em que podemos estar diante de uma revolução profunda ou de um fracasso espetacular. Vale lembrar o caso do Second Life. O propósito era criar uma realidade paralela onde se poderia socializar, trabalhar, comprar e vender. Houve muito interesse nos primeiros tempos, mas o entusiasmo foi passageiro e muitas empresas perderam boas somas de dinheiro na construção de suas versões virtuais", pontua Breternitz.
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