A simetria dos elementos pode nos levar a produzir belas criações fotográficas. Em arquitetura, a paisagem, os corredores de um edifício ou um retrato, usando a simetria você destaca uma composição minuciosa e eficaz. As linhas direcionam o olhar do espectador para um ponto de fuga. Esse tipo de exercício fotográfico requer precisão e saber empregar certas regras.
A simetria em suas imagens pode ser usada de diversas maneiras. Dessa maneira, os fotógrafos não terão problema de imaginação, atentos aos vários contextos e situações. Nessa foto, por exemplo, o autor se interessou por um banco multicolor e sapatos de cores diferentes. O efeito se destaca graças a uma composição perfeitamente simétrica e cores que combinam. A composição está baseada, principalmente, em um equilíbrio perfeito e pelo fato do fotógrafo estar perfeitamente vertical em relação ao objeto.
A centralização de um objeto é tendenciosa e, às vezes, perigosa. Uma forma de evitar a banalidade é de colocar um primeiro plano com falsa simetria. O importante é contar uma história que faça o espectador se interessar pela imagem. O tema original da fotografia ao lado, por exemplo, é uma árvore no meio de um nevoeiro em um pasto. Isso por si só, no entanto, poderia ser pouco. No entanto, graças a essas duas mãos querendo se encontrar, a árvore torna-se uma atriz coadjuvante que nos descreve a cena e quer transmitir uma mensagem mais forte. Ela passa a ter mais peso ao permanecer como plano de fundo da imagem.
A simetria vertical pode ser obtida facilmente quando você tem uma superfície reflexiva. A água de um lago, calma e lisa é o meio ideal para criar essa simetria perfeita, desde que o fotógrafo fique bem reto e gerencie os eixos, adequadamente. Uma casa à beira de um lago, um carro ou um transeunte que passa dará, obviamente, consistência à sua fotografia.
Use todos os tipos de cenário, esta será a chave do sucesso de suas fotografias. Muitas vezes, a simetria é a escapatória da centragem de um objeto, que não poderia ser fotografado de outra maneira. O domínio das diversas linhas te ajudarão a apreender uma composição complexa. Em geral, nós tendemos a nos concentrar apenas no que acontece no centro do quadro. Porém é exatamente o contrário, o fato de criar um quadro no quadro que dirige o nosso olhar.
A simetria dos animais pode ser usada como nos retratos humanos. O importante é você estar bem no centro, no mesmo nível e de frente para o objeto. Um pavão visto de costas é uma fonte gráfica evidente, mas um cavalo visto de frente ou os chifres de um touro visto de costas também farão excelentes imagens estéticas. Preste atenção aos diversos elementos em volta, ou em plano de fundo, que possam perturbar a composição. De um modo geral, uma imagem desequilibrada, perderá o sentido e atrairá menos olhar do espectador.
Você já deve ter ouvido dizer para não centrar um objeto ao compor suas fotos, especialmente por causa da regra de três. Esta regra consiste em dividir o quadro em três partes, horizontal e verticalmente, e colocar o seu objeto (ou objetos) nestas linhas, chamadas "linhas fortes" (ou melhor, nas intersecções destas linhas). No entanto, você verá que esta regra pode ser reinterpretada.
A simetria do seu enquadramento: você terá que burlar esta regra de simetria, mas você deverá ser ainda mais preciso quanto à sua "mise en place". Na verdade, uma ligeira defasagem , horizontal ou vertical, um leve mergulho ou um baixo ângulo, é o suficiente para que a sua foto não explore completamente o seu potencial.
A regra aqui é prestar muita atenção à totalidade de sua imagem, ao tirar fotos: verifique se as linhas da esquerda e da direita estão no mesmo nível, se você não tem um ângulo de inclinação, mesmo leve, na vertical, para evitar problemas de perspectiva. Se você não tirá-la em postura reta, a imagem ainda pode ser corrigida com um software de edição, em compensação, as outras assimetrias são menos controláveis, mesmo se reenquadradas ou reerguidas. Uma foto de uma paisagem ou de uma natureza morta, tirada com tripé, tornará sua tarefa mais fácil e confortável.
Em retrato: exercício bem difícil também. O objeto deve ficar perfeitamente centrado na foto (na horizontal), olhando diretamente para a lente. Coloque-se bem em frente e no mesmo nível do seu modelo. Você sabia que os rostos são raramente simétricos? Este tipo de enquadramento pode destacar uma assimetria do rosto, mesmo que ínfima ou, ao contrário, sua perfeita simetria.
Como acontece com qualquer retrato, cuidado com a luz e as possíveis sombras no rosto. Uma sombra muito pronunciada, por exemplo, sobre uma parte do rosto quebrará radicalmente a simetria. Se, ao contrário, você quiser utilizar esta sombra, use-a francamente, sobre a metade do rosto (metade do rosto bem iluminada e metade não).
A simetria do cenário, mas com enquadramento descentrado: composição mais engajada mas, não necessariamente, mais simples. Assim sendo, convém dominar o assunto e, principalmente, o ponto de vista: o que você quer mostrar e como colocá-lo em evidência? Você deverá mesclar com a regra de três, colocando o elemento simétrico de modo que ele nos dirija para o objeto situado em uma linha forte. Use todos os elementos disponíveis que possam complementar a sua fotografia, como luz, painéis, reflexos, etc. O truque é não dispersar o olhar do espectador com muitos detalhes.
Foto: © Noemi Macavei-Katócz - Unsplash.