Com a ajuda da inteligência artificial, o deepfake é uma técnica que permite fazer montagens de vídeos. Quando utilizada para o mal, ela pode colocar celebridades e até pessoas comuns em situações vexatórias relatadas em vídeos falsos, que muitas vezes enganam o espectador.
Em época de fake news, ou notícias falsas em tradução livre, surgiu o deepfake, técnica de síntese de imagem muitas vezes utilizada para enganar o espectador, mostrando famosos dizendo ou fazendo coisas que não são reais. Bem realistas, as deepfakes são alvo de muitas investigações.
Deepfake é um termo em inglês derivado da união da palavra deep learning (sistema de aprendizagem que utiliza inteligência artificial) e o termo fake, que significa falso.
Os primeiros deepfakes que se tornaram virais mostravam atrizes de Hollywood como Jessica Alba ou Natalie Portman, por exemplo, atuando em filmes pornográficos. Na sequência, descobriu-se que se tratava de materiais alterados por especialistas em inteligência artificial. Esse fenômeno começou em 2018 e, desde então, surgiram muitos outros vídeos protagonizados por outros atores.
Personalidades políticas, incluindo Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos, também estiveram na lista de pessoas afetadas pelo deepfake, que engloba tanto conteúdos pornográficos quanto discursos que podem danificar gravemente a reputação das pessoas.
O mais surpreendente é a velocidade com que avançaram essas técnicas desde que apareceram pela primeira vez. Na atualidade, existem inúmeros programas e aplicações ao alcance de qualquer um que permitem criar um deepfake.
Para fazer isso, basta utilizar um desses softwares, copiar vídeos de uma pessoa com a qual se deseje criar a montagem (algo muito fácil, dada a grande quantidade de conteúdo audiovisual disponível na web), e inseri-los no programa.
A inteligência artificial estuda os gestos e a mímica da pessoa, extrai as imagens quadro a quadro - como se fossem fotografias - e cria em poucos minutos um vídeo deepfake. Quanto maior a informação introduzida no programa, mais realista será o resultado.
Ainda que, à primeira vista, essa tecnologia pareça interessante, os riscos ligados a ela são inúmeros. Mesmo que as pessoas estejam acostumados com a circulação de fotos falsas, há quem ainda confie cegamente na realidade das imagens. Especialistas afirmam, inclusive, que o deepfake pode ser utilizado para manipular eleições ou provocar revoltas sociais com vídeos que, na verdade, são falsos.
Os deepfake são utilizados, também, para motivar casos de extorsão em pessoas anônimas, que são contatadas pelas redes e, depois, chantageadas com vídeos falsos que em que aparecem, por exemplo, tendo relações sexuais.
Em primeiro lugar, cada vez que você receber um vídeo que pareça fugir da realidade, busque em fontes alternativas e de confiança (utilizando meios de comunicação de prestígio) para comprovar se são reais. Por exemplo, em caso de discursos políticos, se alguém disser algo muito incomum, certamente essa informação será notificada por algum meio de comunicação sério.
Em relação à sua própria segurança pessoal, reflita sobre quais informações coloca nas redes e, se tiver a má sorte de ser vítima de uma dessas chantagens, avise imediatamente a polícia para denunciar esse crime.
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