Os softwares livres encontram gradualmente o seu lugar no mundo dos negócios. Eles têm vantagens para os profissionais: não tem taxas de licença, menos restrições e boa flexibilidade. Antes de passar suas atividades comerciais para softwares livres, algumas precauções são imprescindíveis para evitar surpresas desagradáveis e fazer uma transição bem-sucedida.
Um software livre é um programa de computador que pode ser usado, modificado e distribuído livremente. O acesso ao seu código-fonte é garantido. Ele é dito de código aberto, mas não se engane, nem sempre um software de código aberto é livre.
De acordo com a Free Software Foundation (FSF), para ser considerado gratuito, o software de código aberto deve obedecer a quatro regras: o software deve executar o programa para todos os usos, deve permitir o estudo do funcionamento do programa para adaptá-lo às suas necessidades, deve permitir distribuir cópias do software e permitir fazer melhorias e divulgá-las.
O software livre nem sempre é gratuito. Ele pode ser pago, mas, ao contrário de um software comercial, chamado fechado, o de código-fonte aberto permanece acessível a todos os que adquiriram o programa, sem taxas ou atualizações de licença.
Entre os softwares livres mais populares estão Mozilla Firefox, VLC Player e OpenOffice.org. Sem necessariamente saber, muitos usuários já usaram este tipo de software livre.
Muitas empresas, antes usuárias apenas de softwares fechados comerciais, estão aderindo aos softwares livres. É o caso da Microsoft, por exemplo, que está desenvolvendo soluções gratuitas paralelamente aos seus softwares comerciais. Um estudo realizado na França pelo CNLL (Conselho Nacional de Software Livre), o mercado de trabalho no setor de software de código aberto aumentou 25% em 2017. Entre 2015 e 2016, a CNLL registrou crescimento de 15% do volume de negócios das empresas do setor.
Algumas peculiaridades do software livre atraem cada vez mais profissionais, autônomos e empresas. A principal delas é o aspecto econômico, uma vez que não requer a compra de licença, não trazendo quase nenhum custo para a empresa já que também não há custos de assinatura e taxas de atualização.
O software livre também oferece maior adaptabilidade às necessidades do negócio, com possibilidade de melhorar o software ou adicionar novos recursos por conta própria. O software é mais reativo à comunidade de desenvolvimento de um software para corrigir falhas ou atualizar certos pontos. A colaboração da comunidade de usuários e desenvolvedores é perfeitamente possível.
No entanto, certos limites devem ser considerados, em particular o custo humano de uma mudança de softwares. Passar as contas da empresa ou a gestão de seu portfólio de clientes exigirá um tempo de adaptação. É preciso analisar a compatibilidade de novos softwares com aqueles usados na empresa bem como seus sistemas operacionais. A economia obtida com um único software livre deixa de ser uma vantagem quando requer um novo software para assegurar a interoperabilidade.
Os softwares livres são uma boa resposta para o desafio da transformação digital na empresa, já que eles se adaptam melhor às necessidades específicas da empresa com um custo menor e, além disso, oferecem alternativas interessantes para o trabalho na nuvem e colaborativo ou o gerenciamento de dados.
Para ter mais chances de sucesso nesta transição, as necessidades e os meios da empresa devem ser claramente definidos. Quais são os atuais softwares usados pelos funcionários e qual é a compatibilidade com os outros? Quais são os recursos humanos e técnicos disponíveis para a empresa adaptar o software às suas necessidades? Quais são as necessidades em termos de formação e como fornecer esse treinamento?
Em primeiro lugar, a empresa deve determinar seu objetivo (por exemplo, criar uma gestão informatizada do banco de dados). Em segundo lugar, deve estabelecer as necessidades da empresa em relação a este objetivo. Em terceiro lugar, deve-se identificar os meios humanos e técnicos necessários para a adoção de um novo software. Em quarto lugar, detectar dificuldades de implementação e necessidades em termos de segurança e armazenamento de dados, por exemplo.
O software livre pode ser selecionado com base em suas características, mas também pela disponibilidade da comunidade e suas possíveis melhorias. Uma empresa que escolhe WordPress como sistema de gerenciamento de conteúdo para criar um novo site profissional, por exemplo, pode treinar seus funcionários dentro da própria empresa ou contar com a comunidade para a formação contínua e adicionar novas funcionalidades.
A primeira coisa a fazer é certificar-se da segurança dos dados na nuvem se a empresa optar por passar para o software livre. Assegure-se que os softwares usados se comunicam bem entre eles sem perda de tempo e manipulações inúteis para os colaboradores. O respeito dos padrões e a interoperabilidade são pré-requisitos.
Saiba mais sobre o assunto lendo estes artigos: Utilizar o software livre na empresa e Escolher um software de gestão de projeto.
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