Do final de 2018 para cá, o mercado de smartphones trouxe os ventos de inovação de um novo modelo de telefone de tela dobrável. Anunciado primeiro pela Samsung, que estaria desenvolvendo um Galaxy capaz de se transformar em um tablet com um simples ato de abrir e fechar, logo outras fabricantes vieram na esteira anunciando que também estariam preparando os seus. Alguns percalços no meio do caminho impediram a chegada deste smartphones dobráveis. Saiba mais sobre sobre a novidade, que, pode tardar, mas não falhar.
Batizado de Galaxy Fold, o smartphone dobrável da coreana Samsung foi anunciado em novembro de 2018 e faria sua estreia comercial mundial entre fevereiro e abril deste ano. A um preço estimado de R$ 7 mil, a novidade estava atiçando o mercado e levou os concorrentes a saírem registrando nomes para os similares de suas marcas, talvez antes mesmo de começar a desenvolvê-los.
Mas o vazamento pela imprensa na fase de testes apontava um problema considerado bem sério: justamente a parte onde o telefone dobra pode marcar a tela com uma espécie de vinco, caso o telefone seja dobrado mais de 10 mil vezes. Agora aguarda-se nova data para o lançamento.
Mate X é o nome do smartphone da chinesa Huawei. Anunciado em fevereiro de 2019 para ser lançado entre junho e agosto, Huawei Mate X foi uma surpresa para o mercado. Primeiro em função do seu tamanho: sua tela sua tela OLED chega a 8 polegadas com 5,4 milímetros de espessura, o que o torna ainda mais fino que um iPad e maior que um mini iPad.
Na posição dobrada, a tela frontal também excede o Iphone Xs Max e o Galaxy Fold, tendo 6,6 polegadas. Oura surpresa foi o preço estimado: US$ 2.500, o que corresponde a o valor de R$ 9.300 aproximadamente e foi considerado caro para uma marca conhecida por oferecer produtos mais acessíveis. A data do lançamento ainda não foi oficializada.
Tão logo a Samsung anunciara seu smartphone dobrável, a também sul-coreana LG protocolou solicitação de patentes para nomes de um possível smartphone com tela dobrável. O registro foi feito no Escritório de Propriedade Intelectual da União Europeia e os nomes propostos para o produto foram Flex, Foldi e Duplex. No entanto, somente em junho o site 'Let’s Go Digital', conhecido por dar furos de notícias sobre tecnologia, informou que o dobrável da LG será não dobrável, mas terá uma tela que se estende para cima, aumentando a acuidade visual do telefone.
A patente registrada refere-se a um telefone que se estende na direção do comprimento. O dispositivo seria assim dotado de uma tela flexível, que pode ser desenrolado de acordo com os desejos do seu utilizador. Seja dobrando, seja estendo a tela do dispositivo para cima, o importante é que a LG também se mostra pronta para a disputa de mercado por um telefone que aumenta e extensão da tela.
Em fevereiro de 2019, foi a vez da Apple mostrar que, uma vez que haja aceitação dos consumidores, não vai ficar para trás na corrida pelos smartphones dobráveis. A marca da maçã teria arquivado no Escritório de Patentes e Marcas Comerciais dos Estados Unidos (USPTO, na sigla em inglês) uma série de esboços para representar o dispositivo dobrável. Em maio deste ano, a empresa do iPhone atualizou a patente para seu smartphone dobrável e tablet dobráveis. E embora não se saiba a data precisa de lançamento, especula-se que deva chegar em 2020.
Mas afinal, o que levou o mercado de tecnologia a fazer uma espécie de “revival’ dos antigos telefones celulares? A maioria dos pioneiros da telefonia móvel era de modelos de celular flip ou que se estendiam, para proteger seus teclados e telas. Apesar de um declínio na produção de 19% no primeiro trimestre em smartphone no mundo, as fabricantes estão investindo em novas tecnologias, explica o engenheiro de telecomunicações da Altim, Pierre Cortois.
“A vantagem do smartphone dobrável é poder dobrar sua tela para transformá-la em um tablet. Mas também pode ser dobrar seu smartphone para resgatar o design de telefones, os antigos dobráveis de 10 anos atrás e que ocupavam menos espaço em um bolso ou na bolsa”, avalia Cortois. O especialista, no entanto, ressalta que, com preço médio de US$ 2.000 por peça, a indústria de smartphones pode ser impulsionada para conquistar nova participação no mercado. Neste caso, a vantagem é dos fabricantes.
O engenheiro de telecom da Altim ressalta, no entanto, que, em termos de tecnologia, não se pode comparar os telefones antigos com os smartphones dobráveis atuais. Na época, os telefones eram apenas telefones. A função era fazer ligações e, no máximo, envio de mensagens de texto.
“Atualmente temos um verdadeiro computador na palma das mãos. Tem muito de tecnologia de ponta bastante sensível inserida nos smartphones e não sabemos como os aparelhos vão se comportar no sistema dobrável”, considera Cortois. Ele cita como exemplo o problema que o smartphone dobrável Galaxy Fold apresentou na fase de testes, um tipo de protuberância após alguns dias de uso.
“Estes e outros ajustes precisarão ser feitos antes de lançarem os smartphones dobráveis. Caso contrário, o preço não vai compensar a novidade”, completa o especialista.
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