O WhatsApp divulgou sua nova política de privacidade aos usuários, informando que agora compartilhará dados e conversas com empresas parceiras do Facebook. As mudanças, que entram em vigor em maio, são obrigatórias para quem deseja continuar usando o aplicativo de mensagens.
A nova política de privacidade do WhatsApp pegou muitos usuários de surpresa. Isso porque, a partir de agora, a ferramenta de mensagens instantâneas compartilhará dados com as empresas parceiras do Facebook. Entre as informações concedidas, estão endereço de IP do usuário, dados pessoais como número de telefone e atividade realizadas, entre outras informações.
As alterações, que entram em vigor a partir de 15 de maio, após a empresa adiar o prazo inicial, são obrigatórias para usuários que desejam continuar utilizando o WhatsApp. Quem não as aceitar terá a opção de cancelar o aplicativo.
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É importante dizer que esses dados de usuários já eram compartilhados entre WhatsApp e Facebook desde julho de 2020. Entretanto, até esse momento, era possível escolher entre ter ou não suas informações distribuídas, porém isso não é mais permitido.
“Essa nova política do WhatsApp levanta questionamentos sobre se a privacidade do titular está sendo respeitada. Até um tempo atrás, eles diziam que protegiam seus usuários, mas capturam muitos dados mesmo com criptografia”, avalia, em entrevista ao CCM Brasil, Victor Hugo Pereira Gonçalves, presidente da SIGILO, associação sem fins lucrativos com o objetivo de proteger dados pessoais e oferecer segurança da informação a usuários desse tipo de serviço.
Ele complementa que essa medida do WhatsApp vai contra as diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados brasileira, já que força as pessoas a aceitarem esse tipo de política enquanto um dos principais pontos da LGPD é a possibilidade de revisão do uso de dados pelo usuário.
O texto da nova política de privacidade do WhatsApp menciona, ainda, como as empresas vão utilizar esses dados do usuário. Entre as principais ações estão:
Outra novidade implementada e que deve ser aceita na nova política de dados é a integração entre os serviços de Facebook e WhatsApp para usar o Facebook Pay no pagamento de compras feitas por WhatsApp.
“Essas empresas gigantes têm a intenção de colocar o usuário da forma mais visível e eles serem invisíveis. Na verdade, deveria ser o contrário, com a pessoa sendo invisível e as empresas, totalmente transparentes”, completa Victor Hugo.
O WhatsApp foi comprado pelo Facebook há seis anos. Na ocasião, a empresa emitiu um comunicado dizendo que a privacidade do usuário seria mantida, o que não mais será verdade a partir de 2021.
Sobre os aplicativos alternativos, Victor Hugo menciona o Signal como o mais confiável. "Recomendo fortemente o uso do Signal, que é o aplicativo de mensagens mais confiável. O Telegram, na função de conversa secreta, também é muito interessante”, conclui.
Foto: © Austin Distel - Unsplash