Guerra na Ucrânia: 4 dicas para não cair em fake news

Um acontecimento que chocou o mundo todo e tem gerado inúmeros materiais na mídia, a invasão russa à Ucrânia é alvo de muitas fake news, com vídeos e fotos nem sempre reais. Antes de compartilhar qualquer conteúdo com amigos, é importante aprender como identificar fake news quando o assunto é a Guerra na Ucrânia. A seguir, veja quatro dicas de como fazer isso e compartilhar apenas o que for verídico em um momento tão delicado como esse.

Atualmente, com a difusão das redes sociais e a possibilidade de qualquer pessoa gravar vídeos ou tirar fotos e jogá-los na internet, é cada vez maior o número de fake news. Imagens fora de contexto, extraídas de outro momento ou que não refletem a realidade podem complicar - ainda mais - a situação da Guerra na Ucrânia. Aprenda a identificar as fake news e não compartilhar dados falsos.

Truques para identificar fake news na Guerra da Ucrânia

Verifique a fonte da notícia

Em situações como a invasão russa à Ucrânia, é muito difícil que qualquer cidadão tenha acesso às informações. Isso porque, além de o local ser remoto e uma zona de guerra, há companhias globais de mídia responsáveis por esse tipo de cobertura. São elas:

Agence France-Presse/AFP, Associated Press/AP e Reuters. A primeira é francesa, a segunda é americana e a terceira vem de Londres. A rede CNN também está presente no conflito e traz informações em tempo real. Se receber uma notícia com fonte duvidosa ou oculta, a dica é não compartilhar a informação, pois a probabilidade de ser falsa é grande.

Nenhum relato é definitivo ou isento

Em momentos de guerra, o noticiário é uma grande batalha de versões, especialmente no mundo digital. Kiev, por exemplo, vai dizer que as forças russas estão perdendo força, ao passo que Moscou dirá que avança sobre Kiev. Tudo depende do ponto de vista. Até os depoimentos de testemunhas trazem distorções.

Um exemplo foi dado há 2,5 mil anos pelo grego Tecídides, cujos relatos deram origem ao livro História da Guerra do Peloponeso, sobre o conflito que abalou a antiga Grécia por quase três décadas. Segundo ele: “o empenho em apurar os fatos foi uma tarefa árdua, pois as testemunhas oculares de vários eventos nem sempre faziam os mesmos relatos a respeito das mesmas coisas. Variavam de acordo com suas simpatias por um lado ou pelo outro.”

Dito isso, é importante entender de onde veio a informação e qual pode ser o seu viés, de acordo com o posicionamento de cada fonte.

Entenda o passado para compreender o presente

A atual Guerra na Ucrânia está vinculada a uma resolução de abril de 1999 da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Denominada Aliança para o Século 21, teve a adesão de três países (Hungria, Polônia e República Tcheca) em meio a outros países europeus e os Estados Unidos.

No fim dos anos 1990, a Rússia se recuperava de sua fragmentação e não reagiu. Hoje em dia, como a Otan tem a obrigação de proteger seus 30 países integrantes de qualquer agressão externa, a Rússia se levanta contra a Ucrânia, que não faz parte da Otan, mas deseja integrá-la. O medo de que suas fronteiras com o país vizinho sejam ocupadas por tropas militares de aliados do Ocidente é um dos fatores que motivam a invasão à Ucrânia.

Preste atenção aos detalhes

É importante considerar as intenções da China em qualquer equação geopolítica. Vladimir Putin já havia dito que não aceitaria a Ucrânia na Otan, mas a luz verde para o ataque surgiu da China.

Pouco após a invasão, a agência oficial chinesa Xinhua publicou dizeres de Putin afirmando que “Estados Unidos e Otan há muito ignoram preocupações legítimas de segurança da Rússia”. Isso significa que, do ponto de vista chinês, a invasão era legítima. Se olhada por esse lado, a notícia pode gerar confusão e até falsas interpretações.

Em momentos de conflito, cuidar das informações que compartilha e não acreditar em tudo o que se vê é essencial para não disseminar fake news. Fique atento a isso!

Foto: © Katie Godowski/ Pexels

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