Com seu programa de reparo de autoatendimento, a Apple permitirá que usuários experientes do iPhone e usuários recentes do Mac consertem seus dispositivos por conta própria, comprando peças de reposição oficiais em uma loja online dedicada.
A iniciativa da empresa da maça, se parece mais com uma real conscientização (mesmo que tardia) do que uma banal operação de greenwashing (lavagem verde). No início de 2022, inicialmente nos Estados Unidos e depois rapidamente em outros países, a Apple fornecerá aos consumidores peças originais para que, eles próprios, consigam consertar o iPhone (12 e 13, modelos comercializados em 2020 e 2021). A Apple anunciou a novidade no dia 17 de novembro de 2021 chamando-a de Self Service Repair. Vale salientar que este novo programa também será estendido, em breve, aos computadores Macs equipados com o chip M1 (Mac mini M1, iMac M1, MacBook Air M1, MacBook Pro M1). Inédito para a empresa e até mesmo para a indústria de alta tecnologia, até agora a reparação de dispositivos Apple estava reservada aos 5000 Centros de Assistência Autorizados Apple, bem como nos 2.800 membros do programa e reparadores independentes homologados pela marca - a partir do lançamento do programa, muita coisa vai mudar.
O programa Self Service Repair, de acordo com Jeff Williams Diretor de operações da Apple explica que ele "é destinado a técnicos individuais com conhecimento e experiência em reparar dispositivos eletrônicos."
Depois do lançamento, o programa estará primeiramente focado nos módulos de serviços mais procurados para reparo – a tela, a bateria e a câmera. Outros serão adicionados nos meses seguintes ao lançamento.
O programa terá uma loja Apple dedicada, onde as transações acontecerão. A nova loja oferecerá mais de 200 peças e ferramentas individuais, permitindo que os clientes concluam os reparos mais comuns no iPhone 12 e no iPhone 13.
Os consumidores terão acesso ao Manual de Reparo oficial que conta com a descrição dos procedimentos e vários passo a passo para:
Em poucos meses, os usuários do iPhone ou Mac M1 poderão, dessa forma, comprar diretamente peças originais no site oficial, chamado Apple Self Service Repair Online Store, oferecendo no catálogo peças de reposição mais procuradas em serviços de reparo. Além de muitas ferramentas para resolver pequenos (e grandes) problemas cotidianos. Mas atenção, a Apple ressalta que conhecimentos técnicos são sempre necessários para este tipo de operação e manipulação, mas que o público em geral também pode ser treinado por meio de tutoriais e consulta de documentação detalhada, a mesma que a comunicada hoje.
Apesar de tudo, se a iniciativa da Apple provocou uma onda de entusiasmo entre os usuários de iPhone e Mac, alguns aspectos ainda precisam ser esclarecidos - os preços cobrados (mesmo que neste ponto a Apple se comprometa a vender suas peças de reposição no mesmo preço como o até agora concedido às oficinas de reparação autorizadas), mas também como a garantia dos aparelhos. Por vários meses, para não dizer por vários anos, a Apple esteve sob pressão, por seus clientes, por ambientalistas, mas também por alguns de seus acionistas, e era regularmente acusada de não fazer nada (ou pelo menos) para facilitar o reparo de seus dispositivos e, sobretudo, promover um ecossistema muito lucrativo operando em circuito fechado (entre a marca de um lado e as oficinas aprovadas do outro). Recentemente (no início de novembro), o site especializado iFixit denunciou as práticas da Apple, afirmando que quando trocamos a tela de um iPhone 13, perdemos o reconhecimento facial, Face ID, função que permite ao usuário desbloquear seu smartphone ao apresentar seu rosto para autenticação. Um problema foi resolvido pela Apple alguns dias depois. Vamos aguardar para ver!
Foto: © Tima Miroshnichenko - Pexels.