O Google anunciou recentemente a expansão de sua iniciativa Privacy Sandbox para dispositivos Android. O programa, iniciado em 2019 para o Google Chrome, reúne uma série de ações da empresa e outros desenvolvedores para aumentar a privacidade dos dados dos usuários sem comprometer a capacidade do serviço em oferecer anúncios personalizados e relevantes. A seguir, veja como funciona o Privacy Sandbox e seus planos para melhorar a privacidade de usuários na internet.
A iniciativa Privacy Sandbox foi criada ainda em 2019, inicialmente voltada exclusivamente para melhorias na web, com foco especial no navegador Google Chrome. Ao longo dos últimos anos, diversas propostas foram apresentadas e testes foram realizados. O objetivo principal das ações é combater formas antiéticas de captação de dados e criar um ecossistema digital que proteja usuários sem impedir a personalização de anúncios.
Uma das metas principais é combater o chamado 'fingerprinting' (impressão digital, em inglês), ação que emprega cookies para coletar pequenas informações do usuário e formar uma imagem global sobre sua identidade. Com isso, o usuário é monitorado sem ter conhecimento disso e seus dados acabam sendo acumulados por terceiros sem sua autorização.
Outro objetivo do Privacy Sandbox é combater ações de spam e ataques de negação de serviço (DoS), identificando fraudes na coleta de dados e monitoramento de usuários. Nessa mesma lógica, estão ações para proteger o endereço IP das máquinas, o que também dificulta a identificação dos usuários pelas empresas de propaganda.
Em fevereiro de 2022, o Google anunciou a expansão da iniciativa Privacy Sandbox para o Android. O modelo do projeto é similar ao empregado no Chrome, com participação de desenvolvedores, empresas de propaganda digital e outros atores.
Segundo comunicado do Google, o foco central do Privacy Sandbox no sistema operacional móvel é a criação do ID de publicidade original. Com ele, o usuário será capaz de decidir de forma mais clara e simples quais sites podem coletar seus dados para criar anúncios relevantes e customizados.
Outra prioridade do Google é combater o monitoramento 'cross-app', ou seja, quando um aplicativo coleta dados do usuário mesmo quando ele está navegando em outros apps.
A chegada do Privacy Sandbox ao Android foi anunciada algumas semanas depois da Apple, a gigante de tecnologia com mais ações voltadas à privacidade, ter estabelecido profundas mudanças na forma como dados podem ser coletados em dispositivos da empresa.
As alterações, que também têm foco em dar maior liberdade ao usuário de decidir quem coleta seus dados, foram duramente criticadas por empresas que oferecem publicidade na internet, em especial a Meta, controladora do Facebook. A empresa calcula perdas na casa dos 10 bilhões de dólares nos próximos anos.
De acordo com o Google, tal impacto não ocorrerá com o Privacy Sandbox, já que as iniciativas serão desenvolvidas junto às empresas para garantir que anúncios baseados em dados coletados eticamente continuem sendo exibidos sem entraves.
Foto: © Divulgação/Google.