Depois de um início vacilante e, por vezes, falho, a gamificação (ou ludificação) está de volta na estratégia comercial e no RH das empresas. O sucesso de Pokémon GO comprovou que a gamificação pode ser uma ferramenta de engajamento incomparável. A aplicação do formato de videogames em todos os campos das empresas evoluiu. Aqui, vamos ver como ter sucesso em sua experiência de gamificação com o cliente ou funcionário.
A gamificação ou ludificação é um processo que permite tornar lúdica qualquer área, sob forma de videogame. O seu âmbito é vasto: RH, aquisição e fidelização de clientes, treinamento, médico, etc. Baseado em um sistema de recompensas (presentes, pontos, crachás, barra de progresso, etc.), a gamificação visa engajar o público envolvendo-o de maneira ativa e divertida.
Ferramenta de aprendizagem, de formação, de responsabilização, vetor de aquisição e fidelização de clientes, as aplicações de gamificação são numerosas e populares, tanto por parte dos consumidores como dos empregados, sendo que 80% querem mais gamificação no trabalho (pesquisa do EI Design). Muito atraente, o mercado da gamificação, estimado em mais de 420 milhões de dólares em 2013, deverá representar 11,1 bilhões em 2020 (fonte: Markets&Markets).
O compromisso é a vantagem mais importante da ludificação, por várias razões. Os jogadores envolvidos e focados são mais receptivos às mensagens da marca, graças ao videogame. Além disso, a marca recupera o vasto mercado dos gamers que também é a geração dos anos 1990, um alvo de marketing popular. A gamificação oferece uma experiência diferente aos clientes, além de estabelecer uma forte relação do usuário com a marca através do jogo. Este é um forte vetor de fidelização do cliente.
Para que uma solução de gamificação funcione, você precisa definir os objetivos e o alvo. Fazer um jogo só por fazer não basta. O universo do jogo é muito mais competente nesta área. A gamificação é válida quando o jogo proposto é lúdico, inovador, divertido, com boa narrativa e a imagem da marca for atraente assim como a recompensa. O advergame (videogame publicitário) deve ser coerente com a imagem de marca.
'Milka Biscoitos Saga' é um exemplo de ludificação particularmente bem sucedido. Em 2012, a marca, que se encontrava na 5ª posição de vendas, decidiu aumentar a sua visibilidade. Apostou e ganhou em termos de imagens, com 1,2 milhão de downloads e 20 milhões de partidas jogadas em 2015. Neste ano, as vendas da empresa aumentaram 17%. Verdade que a marca já é bem conhecida e conta com a simpatia do consumidor, com suas duas vaquinhas roxas e a marmota. Mas, ao aplicar a gamificação, ela retomou padrões universais de videogame como o Tetris, com biscoitos Milka como itens.
Outro exemplo de sucesso da gamificação é o Pokémon GO da Nintendo. Em alguns meses apenas, o aplicativo de geolocalização em realidade aumentada se tornou rapidamente o jogo móvel mais popular do planeta. Em termos de gamificação, a inovação tem desempenho dobrado, porque ela depende do 3D e obriga os jogadores a saírem de casa para localizar os Pokémons. Em termos de reconhecimento e aquisição, a marca conseguiu tocar um novo público e aumentar suas vendas.
Para que um jogo de empresa dedicado a compras funcione bem, ele deve ser inovador e bem projetado. É por isso que as grandes marcas confiam o desenvolvimento de seus jogos para empresas de publicidade especializadas em gamificação. De uma maneira menos ambiciosa, a gamificação pode ser o resultado da colaboração entre a marca e seus clientes, fazendo-os, por exemplo, testar uma nova oferta como um jogo. Isto permitirá a redução dos custos, a obtenção do retorno real da experiência do cliente e sua fidelização. Já popular na força de vendas, a gamificação agora também se aplica a soluções de CRM (gerenciamento da relação com clientes, na sigla em inglês) para motivar equipes a melhorar o seu desempenho pelo jogo e recompensa. Um método que funciona muito bem internamente é o proposto pela agência Efficy.
A gamificação e suas aplicações para a empresa
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