O que é e como vai funcionar o open banking

Nesta segunda-feira (1º), começa oficialmente a implementação do open banking no Brasil. Esse sistema, de adesão obrigatória pelas principais instituições financeiras do país, tem como meta aumentar a concorrência no setor e facilitar o compartilhamento de dados pelos clientes com as prestadoras de serviços financeiros. Nesse artigo, entenda exatamente o que é o open banking e quais os benefícios que ele pode trazer para os usuários brasileiros.

O que é open banking?

O open banking - na tradução, sistema financeiro aberto - corresponde à padronização do compartilhamento de dados de usuários e suas movimentações financeiras entre bancos e demais instituições financeiras.

De acordo com o Banco Central, são obrigadas a aderir ao open banking todas as instituições dos segmentos S1 e S2, ou seja, aquelas com porte igual ou superior a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Nessa lista, estão, portanto, todos os principais bancos públicos e privados e as mais conhecidas fintechs e empresas de crédito.

Em entrevista exclusiva ao CCM Brasil, Francisco Carvalho, CEO da fintech Zipdin, explica o que muda com a chegada do conceito de open banking ao Brasil. “Hoje, as instituições financeiras são as donas dos dados de um cliente. Com o open banking, é o cliente que vai decidir com quem compartilhar suas informações financeiras”, diz ele.

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Como vai funcionar o open banking?

Assim, o que o modelo de open banking preconiza é dar ao cliente liberdade para transmitir seus dados a qualquer empresa, não apenas aquela em que tem conta ou realiza investimentos. Para isso, o usuário deve informar à instituição que deseja aderir ao open banking e cumprir três etapas - consentimento, autenticação e confirmação.

Com isso, assegura-se que é o próprio cliente que está autorizando esse compartilhamento. "O cliente deverá dar seu consentimento de maneira expressa para que seus dados sejam compartilhados na infraestrutura do open banking, escolhendo quando, como e com qual instituição isso ocorrerá", afirma Leandro Vilain, diretor de Inovação, Produtos e Serviços da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Fases de implementação do open banking

A implementação do open banking no Brasil ocorrerá em quatro fases ao longo de 2021. Veja abaixo o cronograma das etapas:

  • Primeira fase (1º de fevereiro): as instituições financeiras divulgam os produtos e serviços que oferecem, informações sobre agências e taxas e tarifas cobradas.
  • Segunda fase (15 de julho): com aval do cliente, podem ser compartilhados dados básicos entre as instituições, tais como cadastro, contas e operações de crédito.
  • Terceira fase (30 de agosto): liberação dos serviços de iniciação de transação de pagamentos e encaminhamento de proposta de operação de crédito.
  • Quarta fase (15 dezembro): compartilhamento dos demais dados e transações dos clientes, incluindo operações de câmbio, investimentos, seguros e contas-salário.

Benefícios do open banking

De acordo com Francisco Carvalho, o open banking tem como principal objetivo e benefício aumentar a concorrência no setor financeiro, uma vez que qualquer empresa poderá acessar os dados dos clientes e estarão em igualdade de condições com bancos maiores - com dados de milhões de clientes, alguns por décadas - para oferecer seus serviços.

“Para o cliente, o benefício é, se ele tiver um bom histórico bancário, conseguir condições melhores para um empréstimo, financiamento ou qualquer outro serviço”, explica Carvalho. “O open banking também reduz fraudes, pois, com os dados abertos a todos, não será possível adulterar as informações”, completa.

Outra perspectiva trazida pelo open banking é a criação de uma série de funcionalidades que facilitem a vida dos usuários. Entre as possibilidades já aventadas estão aplicativos para comparação de taxas entre instituições, transferências de dinheiro fora do ambiente de internet banking e apps que agreguem em um lugar os dados de um usuário com contas em diferentes bancos e fintechs.

Futuro do open banking no Brasil

Além de um desenvolvimento ainda maior de fintechs e outras startups financeiras, Francisco Carvalho aposta que a tendência dos próximos meses e anos é uma adesão consistente da população ao open banking. "O uso do Pix já nos mostrou que o brasileiro está aberto a inovações e alguém que é bom pagador não tem razão para não aderir ao open banking, só tem a ganhar", pontua Carvalho.

Foto: © wrightstudio - 123RF.com

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