Abril 2018
O que significa o termo ‘flash’
O
BIOS, sigla em inglês de
Basic
Input/
Output
System (Sistema Básico de Entrada e Saída), é, na verdade, um pequeno chip de memória localizado na placa-mãe, que contém dados que definem os parâmetros do sistema. No entanto, estes dados podem conter erros (bugs).
Além disso, com o aparecimento de novos hardwares no mercado, os fabricantes de BIOS podem decidir melhorá-los e dar-lhes a possibilidade de atualização, embora isto não seja tão simples quanto parece ser, porque o BIOS é uma memória que perdura quando se desliga o PC. Obviamente, seria um transtorno ter que configurar o BIOS a cada arranque do computador. Por isso, os BIOS têm evoluído nos últimos anos para que seja possível atualizar os hardwares.
Nos PCs mais antigos, os BIOS eram apenas
memórias de leitura -
ROM (Read-only memory), soldadas na placa-mãe e bloqueadas para alterações. Entretanto, certos fabricantes propunham correções de software, chamados de
patchs (espécies de 'remendos'), armazenados no disco rígido e carregados na
memória RAM para corrigir eventuais erros. Porém, esses
patchs só podiam atuar com o arranque do PC.
Com isso, os fabricantes começaram a vender BIOS conectados por um soquete, que podiam ser trocados fisicamente, porém seu custo era muito elevado naquela época. Em seguida, apareceram as memórias programáveis
EPROM que podiam ser alteradas graças a uma máquina que enviava impulsos elétricos por meio de conectores previstos para esse fim. Este tipo de programador de chips era raro, de modo que a operação continuava sendo relativamente cara para o usuário.
A maior parte das placas-mãe tem
memória flash, que pode ser alterada diretamente por meio de software. Os BIOS instalados nas placas-mãe que contêm este tipo de memória, podem ser atualizados graças a um programa chamado
firmware (conjunto de comandos operacionais programados no hardware de um dispositivo eletrônico) fornecido pelo fabricante e destinado a viabilizar a substituição do antigo BIOS por um mais recente.
Contudo, ainda restava um problema a ser resolvido. O usuário tinha que descobrir as atualizações do seu BIOS. Este problema foi resolvido graças ao acesso à Internet. Agora, estas atualizações estão disponíveis na forma de arquivos binários que contêm uma imagem do BIOS, que se transfere para a memória flash por um firmware. Desta forma, o
upgrade do flash do BIOS é a atualização dele mesmo por um software, ou seja, a antiga versão do BIOS é substituída graças a um programa baixado pela Internet.
Por que atualizar o flash do BIOS
Antes de atualizar o flash do BIOS, é preciso avaliar o seu
real interesse. Na verdade, a atualização do flash permite que o BIOS se atualize por várias razões, como para corrigir erros, adicionar novas funcionalidades, suporte para novos hardwares, etc. No entanto, as evoluções trazidas não afetam necessariamente todos os usuários.
Além do mais, não se deve excluir a hipótese de que o novo BIOS pode trazer novos bugs. Assim, a pergunta que se coloca é: as melhorias que o flash pode trazer (geralmente descritas em um arquivo que acompanha o novo BIOS) justificariam correr os riscos associados a esta operação, por menores que sejam?
Se o seu sistema funcionar corretamente e você quiser atualizar o flash do BIOS apenas pela possibilidade de melhora, o melhor é não fazê-lo. Existe uma regra muito simples a seguir: qualquer sistema que funcione corretamente só deve ser atualizado por motivos muito claros.
A atualização do flash do BIOS altera o hardware, ou seja, ele modifica o comportamento do computador que contém o novo BIOS (pode tratar-se da placa-mãe, da placa de vídeo, de uma placa SCSI, etc.). Por este motivo é preciso ter muita cautela.
Instruções para atualizar o BIOS com segurança
Em primeiro lugar, leia com atenção a documentação fornecida com o BIOS e o
firmware e procure informações sobre o seu hardware. Certos componentes requerem a instalação de um
jumper (pequenas peças ou chaves elétricas utilizadas em placas e dispositivos, como discos rígidos, para ativar, regular ou desativar funções), para permitir esta operação. Visto que o BIOS pode ser alterado através de um software, ele também pode ser modificado por vírus, sem que você possa fazer algo para impedir. O
jumper permite ativar ou desativar a proteção contra a escrita pelo hardware, tornando impossível a ação de um vírus.
Em segundo lugar, verifique se o BIOS encontrado na internet para a atualização
corresponde ao hardware que você deseja alterar. Caso contrário, pode ser que você transfira dados que não correspondem ao seu hardware, o que seria a mesma coisa que tentar alterar o seu micro-ondas para que ele leia um DVD. Em terceiro lugar, confira a
integridade do BIOS e do
firmware. Se houver erros durante o carregamento, o arquivo pode ser corrompido. Neste caso é melhor começar tudo de novo.
Em quarto lugar, faça a
atualização do flash do BIOS em um ambiente estável, como o MS-DOS. Proceder ao arranque do computador com um disquete sistema DOS é o meio mais seguro. Nos computadores mais recentes uma imagem ISO geralmente acompanha os hardwares ‘flasháveis’, que permite iniciar o sistema com um DOS estável, propício à atualização do flash. Além disso, ela contém quase sempre um programa que permite fazer um backup do BIOS atual para poder restaurá-lo em caso de problema.
Em quinto lugar, verifique que nenhum
programa malicioso está escondido na memória. Utilize seu antivírus para fazer uma varredura antes de atualizar o BIOS. Por fim, procure trabalhar em um
ambiente elétrico estável, ou seja, tente minimizar os riscos de cortes de luz durante o procedimento de transferência (trovoada, tomada elétrica pouco segura, cortes de eletricidade frequentes, etc.).
Última modificação: 3 de julho de 2017 às 13:23 por Pedro.CCM.